Ontem, no meio da noite eu acordei.
Ao abri a porta, sutilmente, ela entrou.
Entrou, mas não me disse nada!
Esparramou-se na sala, tênue e calada.
Ainda assim, eu fiquei feliz,
Pois me sentia só.
Deitei-me, então, ao seu lado e ali fiquei.
O chão estava frio como seus lábios,
Que nada me diziam, nada me falavam;
Em silêncio, quieta, ela, apenas, me olhava.
Contente por ter alguém comigo, ali adormeci.
Ela, no entanto, da mesma maneira que chegara, se foi:
Devagarzinho, suave, de mansinho...
E ao amanhecer, lá estava eu,
No meio da sala, sem ninguém,
Mais uma vez, sozinho.
Desapontado, saí a procurá-la...
Já no quintal a encontrei,
Escondendo-se por trás de um cajueiro,
Ávida, triste e solitária... como eu.
CADASTRE-SE
GRATUITAMENTE
Você poderá votar e deixar sua opinião sobre este texto. Para isso, basta informar seu apelido e sua senha na parte superior esquerda da página. Se você ainda não estiver cadastrado, cadastre-se gratuitamente clicando aqui