Quando o Sol se escondia por trás das fendas
Das palmas trêmulas dos coqueirais,
E ela surgia de entre as vagas
Com seu olhar meigo e sorriso largo...
Ah! Quanto brilho e ternura havia naquele olhar!
Mas, ao me espiar por entre as fenda
Das marolas trêmulas daquele mar!
Parecia me fitar sem querer me ver,
E em me ver, parecia-me não querer me olhar.
Aquela incerteza me deixava encabulado.
Então, me sentava na areia e ali ficava
Inerte, calado, olhando seu corpo,
Sem me atrever, jamais, nele tocar!
Até chegar o alvorecer,
Quando o Sol saía de entre as ondas,
E ela sumia por trás das fendas
Das palhas trêmulas dos coqueirais!
Deixei-me levar pelos seus encantos!
Segui seus rastros, seus passos,
Suas fases e os dias seus.
Hoje, sem ela; triste e só na cidade grande,
Por entre as fendas das luzes das ruas trêmulas...
Quem se esconde, sou eu.
CADASTRE-SE
GRATUITAMENTE
Você poderá votar e deixar sua opinião sobre este texto. Para isso, basta informar seu apelido e sua senha na parte superior esquerda da página. Se você ainda não estiver cadastrado, cadastre-se gratuitamente clicando aqui