Em abril, mês das "rosas de Dorival Caymmi", numa humilde casa de vila na zona Norte desta mega metrópole de São Paulo, o jovem casal acolhe num berço simples a primogênita Arlete. Algumas décadas depois, no início do ano de 2001, por fatores externos alheios à minha vontade, injetaram-me nas veias a síndrome do pânico. Esta me encarcerou atrás das barras de ferro do não existir. Em dezembro do mesmo ano, um poema do autor A.C.F. penetrou-me e ejaculou em meu íntimo o sêmen da palavra. Eu não era poetisa, mas nasceram textos e os reuni como poemas. Nesse período, descobri que amava a palavra. Desde então, fui ao encontro desta analista, e não tive mais vontade de parar de escrever. No Museu Lasar Segall, com o Professor Gilson Rampazzo, frequentei em curto período, a Oficina Literária. Numa frenética busca pela internet, deparei com o escritor e professor Airo Zamoner. Com este mestre comecei a entender que poderia exibir minhas silhuetas de forma linear. Não abandonei o descontínuo, estes se encontram noutras páginas. Através deste manancial da palavra, afoguei a síndrome do pânico. Renasci. Arlete Meggiolaro |