Teve alguém que disse: “Ou o poeta mata o soneto ou o soneto acaba com a poesia”. E não foi com tal radicalismo que se chegou ao bom poema de nossos dias. Vivem e convivem: quadras, sonetos, sextilhas, trovas, décimas, poesias livres e sem rimas, haicai... Só o féretro da antipoesia deve passar sem o acompanhamento de leitores. A arte é da vanguarda porque rompe o entrave de regimes e ideologias, e o Modernismo é um movimento de vanguarda, por excelência. Aos escritores, artistas e poetas cabe a responsabilidade de guiar os povos, restaurando valores, porque o entulho destrói a sociedade e, isto tem muita importância num mundo aético, de valores invertidos, espalhando e espelhando formas de anticultura. Já virou modismo representar a miséria e, dói-nos dizer, chegam a... (leia mais)
O velho e temido leão,
Com uma fome danada,
foi procurar o burrinho
para uma bela caçada.
E encontrando o animal,
Que não era muito esperto,
Combinou que ele seria
De uma ramagem coberto.
Tudo pronto, à caça foram.
E o burrinho camuflado
Tinha que urrar diferente
Do que estava acostumado.
O burro treinou bastante,
Foi treinando mais e mais.
Com seus urros bem estranhos
Espantou os animais.
As bestas apavoradas
Saíram em disparada.
E o leão se aproveitou
Pra fazer sua caçada.
Tendo feito várias presas,
Exausto, foi descansar,.
Então pediu ao asninho
Que parasse de urrar.
Aquele, já todo prosa,
Perguntou para o leão:
“E que tal a minha voz?... (leia mais)