O velho e temido leão,
Com uma fome danada,
foi procurar o burrinho
para uma bela caçada.
E encontrando o animal,
Que não era muito esperto,
Combinou que ele seria
De uma ramagem coberto.
Tudo pronto, à caça foram.
E o burrinho camuflado
Tinha que urrar diferente
Do que estava acostumado.
O burro treinou bastante,
Foi treinando mais e mais.
Com seus urros bem estranhos
Espantou os animais.
As bestas apavoradas
Saíram em disparada.
E o leão se aproveitou
Pra fazer sua caçada.
Tendo feito várias presas,
Exausto, foi descansar,.
Então pediu ao asninho
Que parasse de urrar.
Aquele, já todo prosa,
Perguntou para o leão:
“E que tal a minha voz?
Não parece um trovão?”
O Leão, que farto estava,
Respondeu-lhe com desdém:
“Tua voz é um estrondo,
Tu urraste muito bem.
E se eu não te conhecesse,
- Isto eu falo sem favor- ,
Como os outros animais
Fugiria de terror.”
E da moral desta história
Esta é a lição que emana:
“quem engana com palavras,
É a si mesmo que engana”.
Obs: Fábula de Fedro, por mim traduzida e versificada.
Geraldo de Castro Pereira
CADASTRE-SE
GRATUITAMENTE
Você poderá votar e deixar sua opinião sobre este texto. Para isso, basta informar seu apelido e sua senha na parte superior esquerda da página. Se você ainda não estiver cadastrado, cadastre-se gratuitamente clicando aqui