Esopo, um sábio de Atenas,
Percebendo que, de fato,
O povo não aceitava
O tirano Pisistrato,
Contou a história das rãs
Que nos pauis habitavam.
Com certa libertinagem
Elas jamais concordavam.
Foram rogar ao Deus Júpiter
lhes enviassem um rei
Para coibir os abusos
Com uma rígida lei.
Júpiter, em zombaria,
Dera-lhes, com desagrado,
Um pedaço de madeira
Que no charco foi lançado.
Mas o barulho do lenho,
Ao tombar-se no banhado,
Causou às tolas rãzinhas
Um pavor exagerado.
Aquele toco de lenha
Muito tempo ali ficou.
Mas, uma rã bem curiosa,
O objeto examinou.
Vendo aquele simulacro
Que nem sequer se mexia,
Convocou todas as rãs
Que nadavam à porfia.
E todas, sem nenhum medo,
Do lenho se aproximaram.
Em cima dele subiram,
Do mesmo muito zombaram.
Ao Deus dos deuses, supremo,
Fizeram outra proposta.
E Júpiter prontamente
Veio com uma resposta:
Mandou-lhes uma rainha,
Desta feita uma serpente.
Tentaram dela escapar,
mas tudo inutilmente.
Várias delas foram mortas,
Pela serpente engolidas;
Algumas delas fugiram,
Preservando suas vidas.
E, então, as que restaram,
Foram em busca de guarida.
Rogaram ao deus Mercúrio
Para ajudá-las na lida.
Mercúrio falou com Júpiter,
Que lhe respondeu na hora:
“Elas não quiseram o bom,
Que o mau agüentem agora”.
Após essa narração,
Disse Esopo – sábio mor:
“Se não querem esse tirano,
Pode vir outro pior.”
Obs: Pisistrato foi um tirano da antiga Atenas.Governou entre o período de 546 a 527 A.C.-
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